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Responsabilidade, legalidade e empatia na tatuagem: porque usar apenas produtos aprovados pela ANVISA

O cenário de tatuagem no Brasil sempre foi e é fortemente inspirado por tendências gringas, o tempo todo. Podemos buscar referências, inspirações e dicas de artistas internacionais. Mas, em território nacional, é ilegal e proibido tatuar com produtos que não sejam aprovados pela ANVISA, constituindo-se em crime sanitário.

“Trabalhar com produtos regulamentados pela ANVISA tranquiliza o cliente e o profissional quanto à garantia de qualidade e maior controle dos resultados, pois se trata de uma questão de saúde pública.”  afirma Diego Rangel, tatuador sócio de um dos maiores  estúdios de tatuagem do Nordeste.

Tintas, agulhas e outros materiais não regulamentados pela ANVISA podem infligir danos à saúde dos tatuados. Em suas composições, esses produtos proibidos podem conter substâncias e elementos que, de acordo com a ciência, causam uma série de riscos, como: infecções, alergias, problemas com o resultado e a durabilidade da tatuagem, e até mesmo câncer. 

Para quem não faz parte do ramo da tatuagem ou nunca procurou entender sobre os efeitos e consequências do uso de substâncias danosas à saúde, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pode soar como “muito exigente”, ou exageradamente meticulosa e detalhista. Vimos parte disso com a reverberação da aprovação das vacinas do COVID-19 na mídia nas últimas semanas. Porém, poucas pessoas refletem sobre a importância do órgão sanitário em nossas vidas e no meio da tatuagem.

Para entendermos melhor sobre os riscos envolvidos, vamos falar sobre o papel da ANVISA: é uma agência reguladora, diretamente ligada ao Ministério da Saúde, que tem como principal função o controle sanitário de todos os produtos e serviços (nacionais ou importados) submetidos à vigilância sanitária, tais como medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes, derivados do tabaco, produtos médicos, sangue, hemoderivados e serviços de saúde. É considerada uma das agências sanitárias mais rigorosas do mundo, inclusive quando comparada a agências internacionais de países mais desenvolvidos do que o Brasil.

“A tatuagem evoluiu para ser o menos invasiva possível, mas ainda é um procedimento invasivo. Portanto é fundamental utilizar tintas, agulhas e pomadas regularizadas pela ANVISA. Isso é o que trará segurança para os tatuadores e, principalmente, ao cliente.”   explica Emilio Cerchiari, experiente tatuador, proprietário de um estúdio em São Paulo/SP.

Com o desenvolvimento do mercado nacional de tatuagem, hoje é possível encontrar no país todos os produtos necessários para que um resultado superior, sem dever em nada aos produtos gringos proibidos. E com uma vantagem mega importante: o uso de produtos legalizados e aprovados pela ANVISA evita que os tatuadores e seus estúdios sejam autuados e acusados de crime sanitário.

“Já passamos da época de achar que apenas tinta ou produtos gringos entregam boa qualidade. Hoje eu só tatuo com produtos que sejam aprovados pela ANVISA. Posso garantir que, atualmente, os produtos nacionais não deixam nada a dever aos produtos importados, em especial tintas e produtos de cuidados para tatuagem.” declara Rodrigo Catuaba, considerado uma dos maiores nomes da tatuagem de realismo do Brasil e também especializado em um tipo muito especial de tatuagem: a reconstrução de mamilos de mulheres mastectomizadas. 

Da mesma forma que os tatuadores pedem aos clientes que busquem profissionais de qualidade, é fundamental que os tatuadores também busquem usar materiais da melhor qualidade e que estejam dentro da legalidade.” lembra Cynthia Amaral, tatuadora mineira especialista em fineline. E ainda completa: “A ANVISA não é um vilão. Pelo contrário, suas ações são visando um bem maior: a saúde de todos.

Além de toda questão legal envolvida, temos um aspecto fundamental a ser considerado: o respeito e a empatia pelos clientes. “Sabendo que é ilegal, eu não vou tatuar meu cliente com um produto que não seja regulamentado no meu país, pois não gostaria que fizessem isso comigo em algum outro meio que eu seja o cliente. É uma questão ética.” finaliza o tatuador Isaac Tocinho, artista da tatuagem proprietário do Tocinho Tattoo.

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