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A evolução da máquina de tatuagem

Ferramenta fundamental para qualquer tatuador, a máquina de tatuagem tem uma longa história de evolução ao longo do tempo. Há milhares de anos, o aparato para tatuar obviamente não era elétrico. Desde as agulhas egípcias feitas de madeira, o kit tailandês que continha madeira e ossos de animais, avançamos para as máquinas elétricas mais próximas das que conhecemos na atualidade.

Foram muitas etapas de mudanças. Queremos convidar você para seguir conosco nessa viagem no tempo e conhecer como se deu essa evolução. Quando surgiram as primeiras tatuagens? Como aconteceu o aprimoramento  das máquinas através dos anos? Vamos abordar estes e outros tópicos nesse artigo.

 

As primeiras tatuagens

As tattoos fazem parte da história de diversos povos. Egípcios, maoris, polinésios, japoneses, chineses e muitos outros já utilizavam as tatuagens com diversas finalidades e significados: defesas místicas, status, ritos de passagem, virilidade, marcação de criminosos ou simplesmente como decoração pessoal.

Os primeiros registros das primeiras tatuagens datam de 3370 e 3100 antes de Cristo com a descoberta de Ötzi, ou a Múmia do Similaun, um fóssil humano encontrado nos Alpes, que continha dezenas de desenhos na pele.

Antes da invenção da máquina elétrica, as primeiras tatuagens eram feitas por meio de instrumentos pontiagudos feitos de ossos, pedra ou bambu. Assim, eles conseguiam realizar a aplicação de tinta vegetal ou carvão nas camadas da pele. Ponto por ponto, o desenho era realizado.

Claro que as formas rudimentares de elaboração das tatuagens eram muito dolorosas e ofereciam grandes riscos de infecções para as pessoas.

 

Primeiros passos

Os avanços das máquinas de tatuagem começaram em 1820, quando o dinamarquês Hans Christian Ørsted apresentou a teoria de que a corrente elétrica induzia campos magnéticos. Porém, a comprovação matemática dessa teoria aconteceu apenas uma semana depois, por André-Marie Ampère, que serviu de base para estudos de Faraday, Maxwell e Hertz.

Em 1825, foi a vez de William Sturgeon adicionar suas contribuições científicas. Ele percebeu que, ao enrolar um fio de cobre ao redor de um núcleo de ferro, era possível aumentar o campo eletromagnético. O efeito foi chamado de eletroímã.

De posse dessa descoberta, o americano Joseph Henry construiu, em 1827, um eletroímã ainda mais poderoso do que o de Sturgeon, ao enrolar os fios de cobre com seda. Esses dois modelos influenciaram bastante as máquinas modernas de tatuagem. Em 1832, Sturgeon demonstrou, de forma prática, o funcionamento dos primeiros motores de corrente direta.

 

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A caneta elétrica

Uma nova fase na evolução da máquina de tatuagem se deu a partir de 1876, quando Thomas Edison patenteou um dispositivo chamado de caneta elétrica, que funcionava movida a motor. Edson prosseguiu os seus estudos e, em 1877, patenteou uma nova versão da caneta, desta vez movida com duas bobinas que geravam o movimento necessário para a cópia.

A caneta tinha como objetivo copiar documentos por meio da perfuração do papel, fazendo o contorno do que era desejado. Os modelos de Edson serviram de inspiração para o nova-iorquino Samuel F. O’Reilly, que adicionou agulhas múltiplas, mudou o sistema de tubos e adicionou um reservatório de tinta, permitindo a movimentação das agulhas e oscilação do aparelho.

Menos de um mês após O’Reilly registrar a sua máquina, o londrino Tom Riley patenteou uma máquina de tatuagem movida com apenas uma bobina. Aprendiz de O’Reilly, Charles Wagner fez sua contribuição ao, em 1904, adicionar duas bobinas à máquina elétrica.

Em 1929, Percy Waters adaptou a máquina para o design que mais relacionamos à máquina de tattoo. Sua nova máquina também possuía um pequeno interruptor para ligar e desligar, um “escudo” metálico e uma agulha para cortar estênceis de plástico. 

 

Adaptações

Na década de 1950, Frank Eliscu Etal usou um projeto de modelo cirúrgico para criar um novo aparelho, muito semelhante a uma caneta.  Por fim, em 1979, Carol Nightingale registrou uma nova máquina, especificamente pra tatuagem, bastante elaborada. A nova criação possuía parafuso de contato, possibilidade de ajustes de bobinas, feixes de mola com tamanhos diferentes e uma “armadura”, permitindo à agulha ficar totalmente em um ângulo vertical.

Os modelos atuais são todos adaptados da patente de Nightingale. Algumas das mudanças e novidades que as máquinas de tatuagem atuais receberam foi o pedal que libera ou corta energia da máquina, o clip-cord – nome dado ao fio plugado na fonte e na máquina com o intuito de conduzir energia, e a fonte – que proporciona a função de regular a amperagem e a voltagem da máquina. Esses novos instrumentos facilitam bastante o trabalho do tatuador.

 

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No Brasil

Aqui no Brasil, foi o dinamarquês Knud Harld Likke Gregersen, conhecido como Luck Tattoo, quem trouxe a máquina de tatuagem elétrica pela primeira vez.

Conhecido como o pai da tatuagem moderna no Brasil, Luck Tattoo levou a máquina elétrica em junho de 1959 para São Paulo e contribuiu para a popularização da prática.

 

As máquinas atuais

Não estaríamos exagerando se dividíssemos que a arte de tatuar tem dois tempos: antes das máquinas e depois das máquinas. Apesar da tatuagem manual ainda ser apreciada, é visível a facilidade, qualidade e popularidade que as tatuagens ganharam, após a criação das máquinas elétricas.

Muito mais leves, potentes e precisas, as máquinas podem ter seus chassis personalizados como verdadeiros itens de colecionador, a exemplo das máquinas Lauro Paolini. Objetos de desejo de muitos tatuadores, as máquinas assinadas pelo fabricante italiano apresentam design e qualidade diferenciados, sendo consideradas pelos tatuadores como uma Ferrari das máquinas de tatuagem.

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Novas tendências

A reinvenção das máquinas de tatuagem continua até os dias de hoje. A busca por novos formatos e melhores funcionalidades é permanente. Tornar as máquinas mais leves, menos barulhentas e mais eficientes é um processo que está na pauta diária dos desenvolvedores, que estudam inovações para oferecer materiais mais duráveis e que atendam às novas necessidades dos artistas tatuadores.

Prova que a evolução das máquinas de tatuagem não tem limites são as novas canetas tatuadoras usadas para maquiagem definitiva (PMU – permanente make up). Utilizadas também para as tattoos convencionais, elas tem sido mais empregadas na realização maquiagem definitiva em sobrancelhas e lábios, principalmente.

Mas essa já é uma outra história. Em breve, falaremos mais sobre o tema, aqui no nosso blog. Até a próxima.

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