doação de sangue

Quem tem tattoo pode doar sangue?

O nosso tema não é o futebol, mas vamos falar de três craques que mobilizaram as atenções do mundo antes do francês Mbapeé roubar a cena na Copa 2018, na Rússia, e ainda ficar com o título mundial. Neymar Jr. tem o corpo todo adornado por mais de 30 tatuagens. O ‘hermano’ Lionel Messi exibe grandes desenhos no braço direito e na perna esquerda. Já o português Cristiano Ronaldo não é adepto desta arte. A pele do craque é lisinha, como a de um bebê.

E por que será? CR-7 nunca confirmou, mas a lenda urbana diz que ele se recusa a tatuar o corpo porque não quer abrir mão de doar sangue, um gesto que ele repete com frequência, independentemente de apelos ou campanhas específicas. Doar sangue é um ato de amor, e é incentivado pelo Ministério da Saúde. Se você é tatuado ou quer muito desenhar seu corpo, mas fica em dúvida porque também gostaria de doar sangue, não se preocupe. Este post vai deixar você por dentro de tudo.

 

Doação é liberada depois de um ano

As pessoas tatuadas precisam esperar pelo menos um ano para doar sangue. A diretriz é do próprio Ministério da Saúde, estabelecida na Portaria número 158, de 2016, ainda em vigor. Este  prazo é determinado porque o candidato a doação pode ter contraído algum vírus na hora da tatuagem. Caso isso tenha ocorrido, o agente causador de doenças será transmitido a quem receber o sangue. E o gesto de solidariedade acabaria tendo efeito inverso, causando prejuízos – ou até risco de morte – ao beneficiário.

A desinformação anda de mãos dadas com o preconceito. Muita gente acredita que os tatuados não podem doar sangue de jeito nenhum, o que ainda é motivo de discriminação contra eles. Não há veto definitivo dos órgãos de saúde pública. Só é preciso esperar por 12 meses porque é a margem de tempo segura para que eventuais doenças se manifestem.

A precaução existe para que ninguém receba sangue contaminado. Afinal, se a agulha não for devidamente esterilizada, cresce o risco de transmissão dos vírus causadores das hepatites B e C e da Aids, para citar apenas três doenças graves. Eles podem ficar incubados no organismo. E toda a cautela é pouca para proteger a saúde.

 

Para quem tem piercing, a restrição é maior

Sim, os nossos queridos amigos que são fãs de piercings e outras modificações corporais também podem doar sangue, mas se o piercing ou modificação forem feitos na mucosa oral ou genital, a doação fica proibida. Neste caso, a liberação só ocorre um ano depois da retirada do piercing. Portanto, a opção é radical: ou abre mão do adereço ou nunca será doador de sangue.

A mesma portaria do Ministério da Saúde estabelece também o prazo de 12 meses para liberar a doação aos adeptos dos piercings, desde o que tenha sido feito em local de fácil assepsia. Mas o Ministério da Saúde adverte: quem quer doar sangue, mas tem tatuagem ou piercing, deve ser sincero e contar tudo, pois, do contrário, poderá prejudicar a saúde de quem receber a doação, em vez de ajudar.

 

Melhor estratégia: doar antes de tatuar

Fazer a doação é um gesto de solidariedade importante, necessário e estimulado por todos os bancos de sangue do País. Se o doador tem todas as condições exigidas para isso e não quer esperar um ano, a sugestão é doar antes de fazer a tattoo. Assim, será possível ajudar a manter os estoques de sangue em alta.

 

Salvar vidas é mais fácil do que se pensa

Além das restrições temporárias quanto às tattoos e aos piercings, para doar, basta levar um documento de identificação com foto, ter entre 16 e 69 anos, dispor de boa saúde, pesar mais de 50 kg e não estar em jejum. É preciso fazer uma alimentação leve, sem comida gordurosa, e ficar longe de bebida alcoólica nas últimas 12 horas antes da coleta.

Doar sangue dói menos que uma picada de mosquito, e raramente causa alguma reação adversa. Quando acontece, na maioria das vezes está relacionada à ansiedade. O material usado na coleta é individual, descartável e 100% seguro.

Para quem está saudável, doar sangue não tem contra-indicações. Especialistas dizem que o único efeito ‘colateral’ é uma leve dependência de fazer a boa ação a cada três ou quatro meses. Para saber mais sobre restrições, regras e cuidados na hora de doar sangue, acesse os sites do Ministério da Saúde (www.portalms.saude.gov.br) e do Hemoba (www.saude.ba.gov.br/hemoba), onde também é possível conferir a lista de locais de doação na Bahia.

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