biqueira ponta

Saiba como escolher a biqueira certa para cada tipo de agulha

A biqueira é um dos equipamentos fundamentais para o trabalho do tatuador e deve ser escolhida com atenção. Sua principal função é manter a agulha firme e alinhada, permitindo que o artista desenhe na pele com o máximo de precisão possível.

Uma dica que pode ajudar bastante no momento de escolher uma biqueira para tatuar é observar o correto encaixe da agulha com cada modelo de biqueira a ser utilizada. A biqueira precisa ainda manter a agulha bem firme em sua base, evitando vibrações e oscilações, e permitindo que as perfurações aconteçam apenas para frente e para trás.

Não entendeu? Calma que o assunto é fácil e vamos explicar tudo com bastante cuidado. Confira nosso artigo!

 

Importância da escolha das agulhas

Antes de retomar o assunto das biqueiras, vamos falar rapidamente sobre a importância de outro equipamento essencial para a arte da tatuagem: a agulha. O tatuador precisa definir o tipo certo para cada estilo e preenchimento, principalmente porque os modelos disponíveis podem variar em relação ao comprimento da ponta, espessura, número de agulhas soldadas e disposição de soldagem de cada uma.

Usar a ferramenta correta durante a pigmentação vai ajudar em uma maior velocidade na execução, assim como proporcionar uma maior qualidade de cicatrização após o trabalho. Um dos critérios a usar no momento de escolher a agulha para a realização do trabalho é a espessura. Enquanto as agulhas mais finas injetam menos tinta e são mais usadas para traços mais delicados, as agulhas com maior espessura dão mais velocidade ao processo, pois injetam mais pigmento a cada perfuração.

As agulhas são encontradas no mercado com os números de espessura 6, 8, 10, 12 e 14 – com uma diferença de 0,05mm entre cada numeração. No Brasil, o tipo mais comum são as agulhas 12, que possuem espessura de 0,35mm e aplicam uma quantidade maior de pigmento na pele, sendo indicadas para preenchimento.

 

Agulha correta para as biqueiras

Como o uso mais comum das agulhas no Brasil é de espessura 12, então a maioria das biqueiras é feita pensando nesta espessura. Assim, o tatuador precisa ficar atento a essa informação no momento de escolher a biqueira correta para o seu trabalho.

Se o tatuador vai usar um modelo de espessura 10 para 9 agulhas em sua biqueira, ele vai precisar tomar cuidado para que as agulhas não fiquem soltas na base da biqueira. Por quê? A explicação é simples: a biqueira é feita pensando em modelos de espessura 12. Se o modelo escolhido possuem 9 agulhas, cada uma dessas agulhas será 0,05mm mais fina do que o modelo padrão de espessura 12. Como serão usadas 9 agulhas, então, no total haverá uma sobra de espaço de 0,45mm (0,05 x 9), o que é maior do que a espessura de uma agulha 10.

Explicando o exemplo acima, se você utiliza uma biqueira para 9 agulhas (projetadas para a espessura 12), mas com uma agulha espessura 10 – que é mais fina – a agulha vai ficar solta dentro da biqueira, porque o modelo não foi feito para aquele tipo de agulha. Então, se você vai usar 9 agulhas de espessura 10 em seu trabalho, o ideal é escolher uma biqueira para 7 agulhas, porque assim o modelo fica mais compatível com a espessura total da haste que você está usando.

A mesma regra deve ser aplicada para qualquer tipo de agulha. Se você for usar agulhas de espessura 6, 8 ou 10, o ideal é usar uma biqueira com quantidade menor do que o número de agulhas que você vai usar. Essa resposta é obtida fazendo o mesmo cálculo do exemplo acima. No caso das agulhas de espessura 14, o ideal é usar um modelo de biqueira que caibam mais agulhas do que a quantidade que você vai usar em seu desenho.

“É muito importante que o tatuador calcule essa diferença na hora de escolher a biqueira. Ele também deve sempre escolher uma biqueira que fique o mais rente possível da agulha, para que ela sempre faça o movimento de perfuração estável, sem oscilações dentro da biqueira”, explica o tatuador Fernando Souza.

 

Biqueiras mais finas ou mais grossas?

Em nosso último artigo sobre biqueiras falamos sobre a diferença entre as descartáveis e os modelos reutilizáveis. No mercado, porém, o equipamento pode ser encontrado em modelos mais grossos ou mais finos e isso é muito importante para saber o tipo e a quantidade de agulhas que serão usadas na pigmentação.

As biqueiras mais largas são mais confortáveis para o tatuador porque ele não precisa fazer tanta força com os dedos para manusear o equipamento e deixar a biqueira estável na mão. “A biqueira mais larga permite que você a segure com a mão quase que aberta, exigindo menos força com a mão e criando menos tensão nos tendões”, conta o profissional.

Essa menor pressão é muito importante para evitar que o artista tenha algum problema com a mão por causa do esforço, como a tendinite. Quanto mais pesadas forem as biqueiras, maior será a pressão feita no equipamento. “O ideal é buscar biqueiras mais leves. Isso ajuda no conforto do tatuador e ao longo prazo na questão de saúde em relação ao trabalho para ele não ter nenhuma lesão repetitiva”, esclarece o tatuador.

 

Por que não pode haver folga na biqueira?

Para finalizar, vamos falar sobre a necessidade do profissional em ficar atento a espessura da ponta que ele vai usar na biqueira. A agulha precisa ficar estável e sempre fixa na base da biqueira. Sua movimentação deve ser apenas para frente e para trás, fazendo o movimento de perfuração necessário para a pigmentação.

Quando há uma folga lateral da agulha na biqueira os traços podem ficar irregulares ou o equipamento pode não conseguir perfurar direito a pele do cliente, atrapalhando a uniformidade da pintura.

Anotou as nossas dicas? Agora é tomar cuidado para escolher a biqueira certa para cada espessura de agulha e mãos a obra!

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