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Tatuagem não tem idade: a arte em pessoas com mais de 60

Tatuagem é coisa de gente jovem, certo? Errado, muito errado. Os estúdios registram uma crescente procura de pessoas com mais de 60 anos, que entraram na chamada Melhor Idade. E esse público é dos mais animados e abertos quanto à possibilidade de trazer a arte à flor da pele. Afinal, nada mais libertador do que realizar um sonho reprimido ao longo do tempo.

Foi-se o tempo em que a galera mais madura tinha de ser recatada. E, para provar que tatuagem não tem idade, os sessentões se arriscam em visuais radicais, gigantes e multicoloridos, sem medo de ser feliz. Vamos combinar: hoje em dia, há muito mais liberdade para ser autêntico e realizar desejos antigos, independentemente da idade.

Agora, tanto o tatuador quanto o cliente mais maduro devem ficar atentos a algumas questões bem específicas para que o resultado seja satisfatório. Neste artigo, vamos tirar todas as dúvidas da galera mais velha que quer estrear na tatuagem, e também dos que marcaram a pele jovens e estão preocupados com o que pode rolar na velhice.

 

Diferenças entre a pele jovem e a madura

O envelhecimento traz mudanças psicológicas, emocionais e físicas, num processo absolutamente natural. Como a pele é o maior órgão do corpo, não poderia escapar dessas alterações. Com a idade chegando, cai a produção de colágeno e ela perde a elasticidade, tornando-se mais suscetível a lesões.

Na Melhor Idade, a estrutura da pele fica mais frágil em todas as camadas (epiderme, derme e hipoderme), deixando-a mais fina, propensa a rugas, linhas de expressão e manchas. Outro aspecto importante é a redução de produção das glândulas sebáceas, o que deixa a pele mais seca, exigindo um reforço na hidratação.

Além disso, com o envelhecimento, o corpo fica mais suscetível a doenças circulatórias, diabetes e hipertensão, que também podem afetar a saúde da pele. Devido a dificuldade de cicatrização, quem for diabético deve pedir autorização ao médico antes de fazer qualquer tatuagem ou piercing. Nessa faixa etária, alguns fatores, como tabagismo, abuso de álcool e predisposição genética, também podem deixar as pessoas mais propensas à formação de úlceras.

 

Todo cuidado ainda é pouco!

Pelas características próprias da pele madura, o tatuador precisa observar alguns cuidados especiais ao trabalhar com pessoas dessa faixa etária. Logo de cara, é bom aconselhar o cliente a fazer uma consulta prévia ao dermatologista. Só o médico pode identificar possíveis alergias, além de levantar o histórico de doenças e outros fatores que podem impedir a realização da tattoo ou exigir cuidados redobrados na hora de tatuar.

Se o dermatologista liberar, é importante definir bem os locais a serem pigmentados. Melhor evitar áreas com manchas, porque a tatuagem pode atrapalhar o acompanhamento médico e a prevenção de tumores. Úlceras são mais comuns em pernas e pés, então é bom avaliar bem antes de decidir.

Mãos, pescoço, pulso e calcanhar são as zonas em que a pele é mais fina, o que requer cuidado ainda mais especial. Lugares mais flácidos podem demorar mais para cicatrizar. Pessoas com histórico de queloide devem ser desaconselhadas a fazer a tattoo. Tudo isso tem de ser observado pelo tatuador na hora de aconselhar o cliente.

 

E como cuidar da tattoo?

Por ter menos colágeno e uma estrutura mais frágil, a pele madura sofre com uma maior dificuldade de cicatrização, ou seja, o período de recuperação pós-tatuagem é bem maior e exige um acompanhamento mais próximo. Uma dica importante é o uso de hidratantes específicos para essa faixa etária, que ajudam a tatuagem a se recuperar sem quebrar ou perder a tinta. E não esqueça nunca do protetor solar.

Além dos cuidados de sempre, como pomada cicatrizante e evitar sol, piscina ou praia, é recomendável fazer a suplementação de colágeno. Esta substância ajuda no processo de cicatrização e acelera a recuperação, evitando as temidas úlceras. É fundamental que o tatuador estude bastante e oriente o cliente a ter cuidados redobrados com a tattoo. Assim, a arte trará apenas a expressão e a beleza desejadas pelo tatuado, sem complicações.

 

Se ligue na melhor técnica

O tatuador deve ficar ligado em dois principais pontos: o lugar em que será feito o desenho e a paleta de cores, que precisa ser usada com inteligência para, assim, ressaltar a beleza da pele madura. Se você quer marcar a pele e é marinheiro de primeira viagem, pesquise bem antes de decidir por um estúdio. Avalie o portfólio do profissional e veja se ele tem experiência com a Melhor Idade.

Como a estrutura da pele madura é mais frágil, o nível de dor durante o procedimento poderá ser maior do que em clientes jovens. Portanto, o ideal é que sejam feitas mais pausas ou que haja mais de uma sessão para completar o desenho. Tudo isso deve ser combinado com o tatuador.

O risco de surgimento de doenças ou possíveis ferimentos é maior na Melhor Idade, sendo extremamente necessário procurar profissionais que utilizam equipamento descartáveis, sobretudo as agulhas, e que tenham cuidado absoluto nos processos de esterilização e higienização no estúdio. Fique de olho!


Envelhecer tatuado: e agora?

Bom, até aqui tratamos das precauções que as pessoas devem ter quando decidem tatuar a pele depois dos 60 anos. Mas e aquela galera que faz a tattoo bem jovem e, claro, envelhece? Muita gente boa fica na maior dúvida: ‘Como vai ser depois que eu ficar velho? Será que vou continuar gostando das mesmas coisas?’ Se você ainda não imaginou como será ver a tatuagem feita aos 18 anos quando chegar aos 80, a hora é essa!

Daí, a importância de pensar bem antes de marcar a pele. Será, sim, para a vida toda, e muitos sortudos vão envelhecer com a tatuagem. E ainda há casos em que o desenho combina muito bem com a melhor idade. As tattoos podem ficar bem adequadas à barba, aos cabelos brancos, aos óculos, e podem muito bem fazer de você um coroa megaestiloso.

O preconceito com idosos tatuados é bem menor atualmente, mas uma dúvida permanece: a tatuagem ficará igual? Depende. É possível retocar os desenhos, e mantê-los com a mesma cor e intensidade. Mas claro que a pele vai perdendo a elasticidade e ficando mais flácida, o que pode descaracterizar a tattoo. Nada que prejudique sua principal função: demonstrar um estilo de vida, os gostos ou as escolhas feitas ao longo da vida. E isso deve ser motivo de orgulho tanto na juventude quanto na velhice. Captou a mensagem? Então, até a próxima!

 

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