As tattoos feitas exclusivamente com tinta preta são um charme. Vários estilos têm tudo a ver com o produto, como o Blackwork e o Pontilhismo. Optar por uma palavra ou frase para gravar o corpo também pede uma boa tinta preta. Curioso? Vamos lá!

Atualmente, há três tipos de preto da Viper INK: linha, tribal e turbinado. O preto linha é utilizado para desenhos mais delicados, para traço; o tribal para preenchimentos, trabalhos sólidos; e o turbinado é um aperfeiçoamento do tribal, com maior densidade e concentração, indicado para  artes de realismo, quando se busca uma profundidade e um contraste maiores.

Embora muitos adorem as tattoos megacoloridas, outros tantos decidem pelo uso exclusivo da tinta preta, principalmente os tatuados iniciantes. Mas aí pode surgir uma dúvida entre os profissionais dos estúdios: qual a melhor opção, preto linha ou preto tribal? Neste post, vamos explicar tudo direitinho. Confira!

Afinal, qual é a diferença?

A principal diferença do preto tribal para o linha é a questão do espalhamento da tinta. O tribal espalha com mais facilidade porque foi desenvolvido para, depois de aplicado na pele, ter uma expansão dos pigmentos. Quando o tatuador faz uma aplicação sólida de pintura, dependendo da forma, pode deixar espaços que não foram 100% preenchidos. Se for utilizado o preto tribal, a tinta continua se expandindo, durante algumas semanas, até fixar permanentemente naquela região. E nesse movimento de expansão, os pequenos espaços são preenchidos.

O preto linha é o oposto disso. Tem uma partícula de pigmento menor, mais leve. Trata-se de uma tinta com menor índice de espalhamento, ou seja, é feita para se estabilizar na pele. Quando o tatuador faz um traço, por exemplo, e se a tinta for aplicada corretamente, a tendência é que ela permaneça no local. Então, ao ser usado para traçar, o preto linha dificilmente estoura se for aplicado na camada certa e na quantidade indicada.

Foto realizada no estúdio @ink90

Dá para traçar com tribal?

Para esta dúvida, muito comum entre os tatuadores, a resposta é: melhor não. Os motivos são de ordem técnica. Vamos lá.  Se você usar o preto tribal para fazer uma aplicação sólida, a tendência de realizar um trabalho uniforme é maior. Por outro lado, se optar por essa tinta para traçar, é grande a chance desse traço estourar, ou seja, a tinta pode ‘caminhar’ na pele e sair do desenho original, porque o produto foi feito para isto, para se expandir.

Agora, vamos pensar no inverso. Se você fizer uma pintura usando preto linha, as possíveis falhas continuarão ali, porque a tinta não vai tender a se espalhar e cobri-las. É possível pintar um preto sólido com linha? É, mas você vai depender da sua técnica para cobrir 100% da área da pele. Do contrário, haverá defeitos no trabalho.

Há tatuadores que conseguem traçar com preto tribal. Mas atenção: é preciso cuidado redobrado e muita experiência para não passar do ponto da profundidade da pele ou não colocar tinta em excesso. Lembre-se que o produto pode ter uma ação indesejada e atrapalhar o resultado final. Para essa questão ficar ainda mais clara, veja só a história do cigarro aceso com maçarico.

Foto realizada no estúdio @ink90

Pode acender cigarro com maçarico?

Até pode, mas convenhamos que não é a opção mais prática nem a mais segura, concorda? Se o fumante não tiver atenção redobrada no que está fazendo, ele vai acabar ganhando uma queimadura feia. Então, o melhor mesmo é usar um isqueiro convencional, que foi criado, entre outras coisas, para acender cigarros.

A analogia foi feita pelo tatuador Fernando Souza, do time Amazon, que atua em São Paulo desde 2007. Ele destaca a importância de usar cada preto de acordo com a sua função para obter um resultado melhor com menos esforço. “É importante o tatuador conhecer bem o material para atingir o resultado buscado com mais facilidade”, recomenda. Fica a dica.